Postado em 23 de maio de 2022
Por: Equipe Bieffe
5 min. de leitura
Ametista do Sul – Já pensou em explorar uma caverna de moto?
Há algum tempo ouço falar por todos os lados sobre Ametista do Sul. Um vídeo que mostra um grupo andando de moto dentro de uma mina viralizou nas redes sociais e desde então todos me perguntam se já fomos para lá. Como não gosto de responder que não, o jeito foi pegar a estrada rumo à Ametista e conhecer de uma vez por todas mais esse “destino incerto”.
Decidimos ir em grande estilo! Pegamos uma Ducati Multistrada 950s para aproveitar e testar essa “bella macchina” italiana!
Dentre os roteiros possíveis, resolvemos ir por Sorocaba, Capão Bonito e Ponta Grossa, pois a estrada tem, além do visual incrível, um pavimento perfeito. Estrada e moto certas… no dia errado! O Plano era chegar em Ametista em um único dia (1.058 km), o que percebemos logo que seria um feito impossível com tanta água caindo do céu! Então relaxamos e já nos conformamos que chegaríamos somente até onde o dia, ou nossos corpos, permitissem. E assim foi: sob muita chuva, curva a curva, avançamos. A Ducati se mostrou uma moto inteligente e segura. Pneus aderentes e uma tecnologia fantástica que parece saber o que o piloto precisa.
Chegamos em Ponta Grossa tremendo, devido à exposição ao clima frio. Limpamos o balcão de salgados, mais para esquentar do que para matar a fome. Nessa hora agradecemos por estarmos bem equipados. Capacetes B-40 da Bieffe, capas de chuva da HLX, e os kits Halo e Stella Andes 3 da Alpinestars garantiram o conforto necessário. Mas o dia teimava em fazer com que desistíssemos.
Após Ponta Grossa, pegamos estradas menores belíssimas onde a velocidade reduzida pela chuva permitiu que aproveitássemos melhor o caminho.
Acostumados a cruzar o Paraná pela BR 116, eu não entendia o porquê de estarmos demorando tanto para sairmos do estado por esse outro caminho. Mas olhando no mapa percebi que estávamos fazendo o maior percurso possível dentro do Paraná, o que diminuiria muito o roteiro dentro de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O dia começou a dar sinais do seu final e a cidade mais estruturada e próxima era União da Vitória na beira do rio Iguaçu. Então, rumamos para lá para pernoitar.
No segundo dia a meta era chegar em Ametista para o almoço, e por isso acordamos cedo. Cedo demais! Fomos até o primeiro posto da BR 153 e tomamos café demoradamente até o dia amanhecer. Assim que cruzamos para Santa Catarina o caminho ganhou uma beleza cênica, lembrando os prados do sul da Patagônia na luz do amanhecer. Viajamos extasiados por aquelas paragens deixando nossa mente esquecer de onde estávamos no globo, até que o grande Rio Uruguai nos trouxe de novo à realidade com seu volume imponente. Nossos primeiros quilômetros no Rio Grande do Sul foram percorrendo a subida sinuosa do vale construído pelo rio.
Um último desafio nos aguardava. Conforme nos aproximávamos de Ametista do Sul, o asfalto ia ficando cada vez mais precário, mas não o suficiente para nos parar. Após passar por terras indígenas, cada vez mais placas falando sobre pedras preciosas nos cercava. Sinal de que estávamos chegando.
Ao entrarmos na cidade, nos deparamos com um complexo chamado Belvedere, que conta com visita guiada à mina, hotel, piscinas subterrâneas, restaurante e até uma pista de kart! Na visita ouvimos a impressionante história do garimpo na região e ao final a Nay até explodiu uma parede da caverna fazendo o chão estremecer! Na sequência, visitamos o restaurante e depois demos um mergulho em águas aquecidas, tudo dentro da mina!
Como havíamos decidido em cima da hora fazer esse tour, o que nos restou foi um hotel em cima do posto de gasolina. Porém, a localização era ótima, bem na praça central da cidade onde fica a Igreja Matriz e Pirâmide Esotérica, ambas cravejadas de ametistas, além de cafés e lojinhas de souvenires.
À noite fomos a um jantar beneficente na cidade a convite do Kikinho, um minerador, músico e morador de Ametista do Sul. O evento era para o pessoal da cidade, mas a gente fez que não sabia e foi chegando! Nos divertimos, comemos muito bem, conhecemos muita gente, além de contribuirmos com a associação que cuida dos mineradores que sofrem de uma doença conhecida como “pulmão de pedra” (silicose), contraída por conta da inalação excessiva da poeira causada pela mineração.
Dedicamos o terceiro dia todo a explorar a surpreendente cidade. Começamos com o atrativo principal, pelo menos para quem é motociclista. No Garimpo em Atividade Dutra, o Éder, após um tour cultural sobre a mineração, nos guiou por dentro da mina. Uma experiência incrível, diferente de tudo que já havia passado. O percurso era longo e a cada curva dentro do túnel nos surpreendíamos ainda mais com o lugar. Imperdível!
Na sequência, fomos ao Park Ametista, um segundo complexo cheio de atrações com destaque ao restaurante, ainda mais luxuoso e saboroso que o primeiro, ao museu, que conta até com meteoros em seu acervo, e à Cervejaria da Mina. Não preciso nem comentar que é tudo subterrâneo, né?
A Nay estava empolgadíssima com as belezas e tantas ametistas preciosas brotando para todo lado na Vinícola Ametista. Era realmente impressionante como as ametistas surgiam nos paredões a cada poucos metros.
Dessa forma encerramos a visita a este lugar realmente mágico. Uma experiência turística imperdível, que guarda uma atração sem igual para os amantes do motociclismo!
Na volta alternei estradas para conhecer um pouco mais do sul do Brasil e aproveitamos para dormir no nosso hotel favorito do Paraná, o Hotel Fazenda Ózera, em Prudentópolis. Enfim visitamos a belíssima igreja ucraniana de São Josafat na cidade, e voltamos para casa para planejarmos a próxima aventura!
A gente se vê na estrada!
Fotos e Texto: Ton & Nay – Destino Incerto